Infinitos 2017's

Que versão de 2017 queremos viver?

Adauto Braz
3 min readJan 2, 2017

Pense no número absurdo de eventos nos quais tomamos parte todos os dias. Decisões, conversas, interações. E se existissem infinitos universos — um Multiverso — em que cada um desses eventos aconteceu de uma maneira diferente? E se de repente você acordasse num desses universos alternativos, em que sua vida é totalmente diferente?

Dark Matter, do Blake Crouch ,— elencado como um dos melhores livros de ficção científica de 2016— gira em torno dessa temática. Sem entregar muito o enredo, o livro traz suspense, ação e ficção científica junto de reflexões sobre identidade, individualidade, loucura, amor e sobretudo escolhas.

Adeus ano velho

Partindo da premissa do livro, parei para pensar em versões alternativas do mundo de 2016, em que talvez não tenham acontecido tantas coisas ruins. De qualquer forma, eu e você estamos presos a essa versão dos acontecimentos. Considerando que ainda não criamos uma forma de viajar entre esses universos paralelos, só podemos aprender com nossos erros e seguir em frente.

Não consigo deixar de lado, todavia, a sensação de que parte das coisas que acontecem no mundo são resultado do conjunto das várias escolhas que cada um de nós faz todos os dias. Embora eu ache que seja muita presunção pensar que temos alguma influência direta no universo, será que não existe uma outra versão de 2016 em que nos saímos melhor como pessoas e, sobretudo, como sociedade?

Pode ser que nunca descubramos. De qualquer forma, cabe a pergunta: como evitar que 2017 seja igual?

Feliz ano novo

2017 acabou de chegar. Usando uma linguagem científica de maneira bastante grosseira, seria como dizer que a função de onda de 2017 ainda não colapsou para um estado definido. Nesse momento, todas as versões deste ano se sobrepõem num emaranhado de possibilidades.

E é aí que reside a beleza da situação: a melhor versão de 2017 está ao nosso alcance. Eu e você podemos nos esforçar e criá-la juntos, mas como?

Sendo a melhor versão de nós mesmos.

Uma com mais amor. Mais empatia. Mais compaixão. Mais coragem. Mais dedicação. Mais foco. Mais paciência. Mais garra. Mais daquilo que é bom e já temos. Mais, sobretudo, do que é bom e nos falta.

Se você é como a maioria das pessoas, deve estar pensando em objetivos para 2017. Se exercitar mais, comer melhor, mudar de emprego, ler mais, dar mais atenção aos seus relacionamentos e por aí vai. Infelizmente, se você é como a maioria das pessoas, vai esquecer ou desistir dessas metas já na terceira semana de janeiro.

O desafio não só é bater essas metas, como também se esforçar todo dia para ir para a cama à noite um pouco melhor do que quando acordou. Um melhor profissional, um melhor estudante, um melhor filho, um melhor pai. Um melhor ser humano.

Talvez, assim como pode existir uma versão melhor de 2016 em algum universo paralelo, exista uma versão melhor sua. Nossas escolhas nos trouxeram aqui e são elas que nos levarão aonde quisermos ir. Nesse momento, infinitos 2017’s se apresentam à nossa frente.

Qual versão vamos viver?

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